É o sétimo e muito aguardado trabalho desta banda já considerada de culto para muitos. No meio das histórias sobre editoras e vendas ao preço que cada um considera mais razoável há o album em si, que mais uma vez, é incontornável. In Rainbows é muito calmo. E tal como já fomos acustumados contrasta muito com o trabalho anterior. Dentro de um produto final relativamente homogénio há músicas a destacar. O tema de abertura "15 Step" começa com uma caixa de ritmos e a voz de Thom em algo que me lembra um som tribal. Isto dura pouco com a entrada da guitarra de Greenwood com um som limpo e ritmado já a chamar a bateria que caba por dissipar um pouco os batuques iniciais. Logo se segue outro tema de destaque, "Bodysnatchers", que é o típico tema rock "marado" dos Radiohead. Com ritmo, sons esquisitos à farta e guitarras estridentes. Mais à frente encontramos "Weird Fishes" que começa de um modo tranquilizante mas que com o avançar e com algumas flutuações pelo meio acaba por ganhar mais corpo a medida que Thom mais um número indeterminável de sons se vão envolvendo com aqueles mais calmos do inicio. "Reckoner" aparece em sétimo lugar no disco mas conquistou o primeiro nas minhas preferências. Tem uma melodia lindíssima cantada em falcete por Thom, com a clean guitar do Greenwood a acompanhar e uns violinos no fundo que dão um som orquestrado mas com a bateria presente o suficiente para não o ser em demasia. Isto tudo resulta em algo de francamente belo. Acabo a lista de destaques com o single "Jigsaw Falling into Place". Desta há pouco a dizer, é um excelente tema e uma escolha óbvia para single (digo eu). Sempre no estilo Radiohead, é uma música aberta, em crescendo, com os sons a acumularem-se à medida que nos aproximamos do fim e Thom a crescer com ela. Em suma. É mais uma peça musical extraordinária e exemplar, para ouvir, e ouvir, e ouvir. É assim que se faz música por isso aprendamos com quem sabe. In Rainbows foi considerado por diversas revistas e sites musicais o melhor album de 2007. Se foi ou não, não sei, mas de alguma forma a ideia faz sentido na minha cabeça (ainda que seja suspeito).
Depois de muito tempo sem sequer pensar em escrever aqui qualquer coisa, o fim de 2007 leva-me a querer escolher os melhores momentos musicais de 2007. A meu ver 2007 foi um ano rico, que nos trouxe Arcade Fire a Lisboa, Pearl Jam a Oeiras, muitos cd's de qualidade, e muito material novo. É claro que não se pode esquecer o regresso de muitos dinossauros do rock, como o caso dos Police e mais recentemente dos Led Zeppelin, que deram um festival a solo na O2 Arena em Londres (para quando o Pavilhão Atlântico?). Sem mais palavras meigas, aqui deixo as minhas listas:
20 cd's:
Arcade Fire - Neon Bible Lcd Soundsystem - Sounds of Silver The Shins - Wincing the Night Away Interpol - Our love to Admire Radiohead - In Rainbows !!! - Myth Takes Klaxons - Myths of the Near Future The Gossip - Standing in the Way of Control Beirut - The Flying Club Cup The Cinematics - Strange Education Editors - An end has a Start Bloc Party - A Weekend in the City Blonde Redhead - 23 Feist - The Reminder Bruce Springsteen - Magic The Good, the Bad and the Queen - The Good the Bad and the Queen Black Rebel Motorcicle Club - Baby 81 John Butler Trio - Grand National Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare The National - Boxer
15 músicas:
Bruce Springsteen - Radio Nowhere Arcade Fire - No Cars Go Lcd Soundsystem - All my Friends !!! - Yadnus Blonde Redhead - 23 Editors - The Racing Rats Bloc Party - The Prayer Interpol -Pioneer to the Falls John Butter Trio - Daniella Radiohead - Bodysnatchers Interpol - No I in Threesome The Hives - Try it Again Rita Redshoes - Dream on Girl The Shins - Australia Blasted Mechanism - Battle of Tribes
4 cd's nacionais:
David Fonseca - Dreams in Colour Blasted Mechanism - Sound in Light WrayGunn - Shangri-la JP Simões - 1970
3 Concertos:
Arcade Fire - SBSR Pearl Jam - Alive! Bloc Party - SBSR
Na passada quinta feira faleceu Luciano Pavarotti.Tratava-se de um senhor, que na sua área era ímpar. Um vulto, que com pesar vemos partir. Mesmo numa zona muito restrita do mundo musical, Pavarotti não recusava participações especiais noutros géneros musicais e realizou vários eventos musicais com diversos amigos. 100 000 foi o número de pessoas que só na quinta feira foram prestar homenagem ao tenor italiano. Pavarotti será lembrado como um homem de causas com uma voz que ficará para a história.
Depois do sucesso alcançado com o seu primeiro trabalho, chegou a hora dos Arctic Monkeys lançarem o seu segundo registo de originais. E não se sairam nada mal. À primeira audição, Favourite Worst Nightmare é puro Arctic Monkeys. As guitarras estão lá, o baixo marcante diz presente e a grandiosa bateria afirma-se cada vez mais. Tudo o que se tinha destacado em Whatever you say I am that's what I'm not faz linhagem e dá já um som característico à banda. Este é talvez o problema de muitos dos segundos filhos de muitas bandas, que na procura de novas sonoridades perdem identidade durante o processo criativo. Mas isto não acontece com a banda de Sheffield. A simplicidade de acordes, a brutalidade com que uma composição tão simples atinge quem ouve, que apaixona e obriga a dar ao pézinho, faz com que a bada já tenha aquilo a que se pode chamar o seu som. Claro que este além de ser uma continuidade no trabalho dos Arctic Monkeys trás também inovações. Nota-se um som mais denso e mais variado em grande parte do disco, procura de novas soluções que não deixam haver alguma homogenia que se notava pelo meio do primeiro cd da banda, notando-se portanto alguma evolução do processo sem prejudicar a qualidade. É uma compra que aconselho, embora não seja um cd brilhante, mas antes muito competente. É uma questão de esperar por um terceiro cd, lá para 2009 para ver se se confirmam os Arctic Monkeys como uma das confirmações da primeira década do século XXI.
Destaques: Teddy Picker, Fluorescent Adolescent, Old Yellow Bricks, The Bad Thing
Bom, depois de tudo o que é exames e mais o que queiram imaginar cá está o primeiro post em algumas dezenas de séculos.. The Good, The Bad And The Queen é, ou começou por ser, o nome de um album de uma banda sem nome. Usando o termo que ouvi "uma superbanda" sem nome. É uma designação estúpida mas pelos visto é o que se usa quando se forma uma banda cujos elementos têm nomes de peso. Damon Albarn (vocalista dos Blur e Gorillaz), Paul Simonon (baixista dos The Clash), Simon Tong (guitarrista dos The Verve) e Tony Allen (um baterista que confesso nunca ouvir falar, mas parece que é assim algo de fantástico). O nome que acaba por impressionar mais é o de Paul Simonon pois já não tocava desde o fim dos anos 80. De resto o seu nome na composição da banda chamou logo a atenção e cedo se percebeu que este era um projecto musical invulgar. Desde o inicio que a banda deu prioridade à música, deixando alguns aspectos "secundários" (como o nome) para segundo plano. Esta filosofia deu asas a um som que de repente não se associar a qualquer dos elementos. Temos uma voz sempre calma com o típico british accent dos Blur, que com alguns efeitos passam rapidamente para algo que lembra muito a voz do boneco dos Gorillaz acompanhada de ritmos pouco regulares, teclas que dão um toque jazzistico e uma abundância de ruídos que lembra as músicas mais estranhas dos Radiohead. Olhando para o que escrevi posso dizer que fiquei satisfeito com a descrição que fiz pois era difícil faze-la, mas o melhor mesmo é ouvir. Porque se trata de músicos a fazerem música pelo prazer de a fazer, e a fazerem-na para quem tem o prazer de ouvir boa música. É dos melhores albuns que ouvi em muito tempo e recomendo-o a todos. Ah, e parece que entretanto a banda adoptou o nome do seu primeiro trabalho discográfico e passaram a chamar-se mesmo "The Good, The Bad And The Queen" já que todos os tratavam desse modo.
Desculpem lá a falta de posts, mas o marranço para os exames deixa pouca massa intelectual para estimular aqui no blog. Quando estiver com menos estudo por fazer prometo que escrevo aqui qualquer coisa.
Art is manipulation, Manipulation is art, You are not immune, Vote for Frank Zappa.............................. - Because the music that they constantly play It says nothing to me about my life -