Thursday, September 22, 2005

Portugal Musical...

Este é um post que ando a fermentar na minha cabeça há já algum tempo, talvez por ser um assunto tanto ou quanto delicado para os artistas nacionais como pelo vazio que sinto quando falo de música feita em Portugal (porque música em Português é mais discutível).
Faz por esta altura alguns meses que houve grande polémica entre os artistas nacionais que defendiam aquilo que defendiam ser a verdadeira música nacional e a entidade lusitana, por outras palavras, defendiam com unhas e dentes a música cantada na nossa língua materna com toda a sua musicalidade e poesia. Devo dizer que figuras de proa deste movimento eram grandes figuras da chamada música ligeira portuguesa, que é como quem diz pimbalhada: Toy, Emanuel ou Ágata. Poucos eram os programas de televisão e até um telejornal que cheguei a ver, em que estas pessoas defendiam a música cantada em português para os portugueses. Certo é que pouco tempo depois deste episódio as rádios passaram a rodar mais música feita em Portugal, como é caso de David Fonseca, Xutos e Pontapés, Pedro Abrunhosa, Mesa, Blasted Mechanism, GNR, Clã, Humanos, etc. Certo nisto tudo é que os artistas que foram figuras de proa continuaram a não fazer parte das playlists das mais populares rádios nacionais, no entanto, continuaram no lugar de destaque das rádios com um público mais específico, aquelas com mais adeptos entre os pensionistas aquelas que reúnem mais ouvintes junto dos pensionistas.Se o objectivo desta pequena revolução foi a tentativa de captar um novo público mais jovem, creio que falhou redondamente.
Este protesto e contestação em que se defende que a música nacional deve ser cantada em português penso que seja algo estúpida, porque, seguindo o exemplo sueco, boas bandas suecas conseguiram o sucesso mundial por cantarem em Inglês, o caso dos alemães Scorpions que tanto venderam por esse mundo fora, mas ao que me parece estes artistas contentam-se em trotar pelo país durante o verão a cantar as suas músicas com aquele ritmo eternamente semelhante e cansativo que oiço desde que nasci, sem mudar uma única nota e sendo um insulto á criatividade. Claro que há exemplos de músicas de língua portuguesa que têm imenso sucesso pelo mundo fora, com é o caso de inúmeras musicas de mestres brasileiros, de Amália, Mariza, Carlos Paredes, etc, mas há casos que já começam a ter sucesso lá fora sem ter que ser cantado em português, como é exemplo David Fonseca e Gomo, que incrivelmente cantam em inglês e conseguem expandir-se para além da quinta dos portugueses.
Mas um facto inseparável da quase inexistência de bandas obrigatórias a nível nacional e de um nível de vendas exasperantemente baixo, também se deve o mau gosto crónico dos portugueses, que preferem ouvir uma música plagiada dos D’zrt que tem uma letra que filosoficamente parecida a uma punheta. Factos são factos. São pouquíssimas as bandas ou cantores que conseguem de alguma maneira dominar o topo português, que ou é dominado pelo Daddy Yankee e a sua Gasolina, ou pelo Crazy Frog, ou até por aquelas coisas que grunhem para o microfone e lideram o top á um tempo absurdo (sim, os D’zrt), é que já nem a boa música internacional entra no top!
Como aparte devo dizer que esta semana o líder do box Office nacional dói “A Casa de Cera”. É preciso dizer mais alguma coisa?!

Monday, September 19, 2005

O que eu perdi...

Eddie Vedder, mítico vocalista dos Pearl Jam juntou-se aos U2 num concerto da banda irlandesa em Toronto para acompanhar Bono Vox para cantar o tema "Ol' Man River". Talvez um dos momentos que pagaria para ver e rever, uma banda que é um ícone dos nossos tempos e o vocalista de uma das minhas bandas favoritas.

Goldfrapp

Ai está a banda que vai fazer a primeira parte dos Coldplay no seu mais que esperado concerto em Lisboa. Não questiono a qualidade da banda, mas serão os mais indicados para anteceder Chris Martin e companhia em palco?

Oasis - (what's the story) morning glory?

Os Oasis são uma banda britânica de rock n' roll como outra qualquer. O que destaca este grupo dos outros é um album chamado "(What's the story) morning glory?". Um album de referência da decada de 90.
"(What's the story) morning glory?" apesar de comercial transpira personalidade. O album reune uma série de temas que o tornam harmonioso. As letras são bastante directas e interpretadas de um modo leve, evocando um estado de espírito descontraido. Um album para ser ouvido do princípio ao fim.
Passando às músicas. Posso dizer que grande parte delas são conhecidas, e se pelos nomes não chegam lá, ao ouvirem identificam-nas com facilidade. "Hello" é um tema de abertura fantástico que nos obriga a fixar a letra pois não tem refrão. Esta música é seguida de "Roll with it"...single bastante popular do album. A seguir temos talvez as 2 músicas mais conhecidas de "(What´s the story) morning glory?"..."Wonderwall" e "Don´t look back in anger". Responsáveis pelas semanas e semanas do albúm de rock n´ roll no top britânico. Mais a frente temos "Some might say", minha música favorita, com uma entrada de guitarra e interpretação do vocalista (Liam) fantásticas. Este tema critica frases clichê do dia a dia das pessoas confrontado-as com respostas de certo modo provocadoras sempre com um som ambiente leve e descontraido. "Some might say" é precedido de "hey now" um clássico dos Oasis. Depois temos temas não tão marcantes (a meu ver) mas ainda assim a ouvir pois este album deve ser considerado como um todo. Refiro-me a "Cast no shadow" e "She´s electric". Até que chegamos ao tema que dá o nome ao album "morning glory", que contrasta em termos de ritmo...com a música de fecho, e se esta é acelerada e faz bater o pé, "Champagne supernova" já não. "Champagne supernova" é aquela música calma num album todo ele "a abrir", é a balada sempre presente nos cd´s das bandas rebeldes. E como quase todas essas baladas esta é uma muito simples e bonita dando um toque de sensibilidade que só fica bem.

Wednesday, September 14, 2005

A rush of coldplay to the head

Os Coldplay são uma banda que, a meu ver, já merecia uma nota neste blog. Eu gosto de música, boa música de preferência, e Coldplay é sinónimo de boa música. Têm um som bastante próprio e uma música boa, leve, melódica e acessível.
Os Coldplay têm 3 albuns. O 1º album (album revelação) "Parachutes", deu muito nas vistas pois tinha de facto uma qualidade acima da media para 1º album de uma banda. E daí destaco a minha música preferida dos Coldplay, "Yellow", que é, senão a melhor, uma das melhores deles. Este album, como a banda em si, foram uma lufada de ar fresco numa época em que a boa música tinha (e continua a ter infelizmente) carência de exposição e atravessava-se um período em que poucas das novas bandas mostravam realmente qualidade numa corrente músical da altura enjoativamente repetitiva. O album (estranhamente, a meu ver) teve destaque no meio mais "básico" da música (premios mtv e afins). Sendo exposto e consumido (também) pelos fans da denominada música pastilha elástica. Não tanto por estes últimos, mas sim pelos outros interessados na banda, foi criada alguma expectativa em torno do segundo album. As pessoas estavam curiosas, por saber se "Parachutes" tinha sido um acaso ou se de facto tinhamos mais Coldplay para ouvir. E para saber se agora que tinham impressionado, estes jovens iriam conseguir aguentar com a pressão e corresponder às exigências agora estabelecidas.
"Rush of blood to the head" foi uma promessa cumprida. O som era deles, a qualidade do album, no geral, era superior à do 1º, mais consistente, e com variações arrojadas. "In my place" foi o 1º single (muito bem escolhido de resto) dos 4 que o album teve. Sendo eles "In my place", "Scientist", "Clocks" e "God put a smile upon your face". Uma maneira simples de mostrar que este album é muito bom, é pegar nos 4 singles, compará-los, ver que todas elas sao óptimas músicas, da mesma banda e com um ambiente e som de fundo totalmente diferente umas das outras. Os Coldplay criaram diversas atmosferas neste album sem descolarem do estilo Coldplay. Com isto provaram que "Parachutes" nao foi um acidente e que tinham de facto um som, uma identidade, uma enorme margem de progressao para fazer ainda melhor.
Recentemente foi lançado o 3º album da banda, "X & Y". Na minha modesta opinião, é inferior a "Rush of blood to the head". A música é boa, mas depois de um 2º album como foi o desta banda, espera-se ser surpreendido de novo. É diferente de "Rush of blood to the head", com menos variações, com um muito bom single "speed of sound" (infelizmente, demasiadas vezes tocado na mtv), e uma verdadeira pedrada no charco chamada "fix you". Que desde a 1ª audição que fiz desta logo me chamou a atenção, agora é segundo single de "X & Y". É uma música que ficará com certeza no leque das melhores dos Coldplay. Este album, segundo a própria banda, teve muitas influências externas (perdoem-me mas não me recordo de quais). Não é o melhor que os Coldplay conseguem fazer, mas não deixa de ser um óptimo album.
Apesar de já terem multidões a segui-los por direito próprio, os Coldplay, não são ainda aquilo que acho que são capazes de se vir a tornar. Os Coldplay têm provas de que não lhes falta criatividade para fazer a melhor música, provaram que são uma banda fantástica a actuar ao vivo, e provaram que conseguem surpreender. Mas a meu ver, os Coldplay podiam descolar um pouco de si mesmos, intruduzir novos elementos e sons...quer sejam electrónicos, quer envolvam distorções de voz ou guitarra... Eu não tenho a menor dúvida que os Coldplay são capazes de fazer boa música de qualquer maneira e era um modo de a banda expandir as suas possibilidades. Não sendo isto uma obrigatoriedade óbviamente (muitas bandas fizeram história apenas e só com um estilo próprio). Entenda-se isto mais como uma sugestão que eu daria aos Coldplay.
Já agora, uma observação que complementa algo que já referi antes. Os Colplay são uma banda excepcional que (não tenho dúvidas que se vai tornar mas) ainda não se tornou uma Lenda. Falta uma obra-prima, um album que se imortalize como "Nevermind", "The black album" "Sincronicity" etc. Um marco não própriamente na carreira dos Coldplay (como foi "Rush of blood to the head"), mas sim um marco na música. Não um album "inspirado em", mas sim que "inspire a". Album que eu acredito que sairá dentro de 10 anos, e sobre o qual aqui espero escrever.
Para terminar, convém lembrar que há outra coisa que falta aos Coldplay...tempo. Parece que começaram ontem e já são o que são. Ainda só vão em três albuns (e mesmo assim já fizeram muita coisa notável), portanto ainda têm bastante tempo para fazer ainda muito mais. Em todo o caso já são uma grande banda. (Das bandas mais recentes são os melhores.)

Tuesday, September 13, 2005

You Could Have It So Much Better… With Franz Ferdinand

É o título do novo álbum da banda escocesa a sair dia 3 de Outubro, mas ao que consta já pode ser encontrado na web... Mais uma polémica com pirataria se aproxima, depois dos casos de How to Dismantle an Atomic Bomb e das guerras bem conhecidas do grande público.

The Bends – Radiohead

Depois de OK Computer, o álbum da banda de Thom York que mais me chama a atenção. Não tenho qualquer razão especial para ouvir e gostar tanto de cada música ao ritmo da passada musical que marca quem ouve, mas talvez seja o contraste entre as guitarras ao alto e músicas num registo quase acústico e leve. Talvez seja o cantar de músicas com significado daquela que é talvez a banda mais marcante dos anos 90, e talvez de sempre, mas aqui a questão já fica para quem ouve e gosta, e para o universo musical num futuro próximo.
Voltando ao fabuloso disco que me proponho de alguma maneira a analisar, começa desde logo com uma música que inicialmente se estranha mas que depois se entranha, Planet Telex. Comigo aconteceu exactamente isso, mas depois de a ouvir várias vezes já a consigo considerar uma excelente música de abertura em que York começa a incendiar a mente “you can crush it but it’s always here”. A viagem leva-me para The Bends que me cria uma especial empatia e que contém versos potentes no meu da fabulosa guitarra de York, Ed O´Brien e Jonny Greenwood. “I wish I could be happy
I wish, I wish, I wish that something would happen”. Próxima paragem, High and Dry, uma das minhas preferidas em todo o cd, quer pelo som mais acústico quer pela letra em si, que deixa mensagens bem interessantes a quem ouve e sente o que ouve: “You'd kill yourself for recognition; kill yourself to never ever stop”. Continuando num som acústico segue-se Fake Plastic Trees, uma música que não difere muito da anterior, mas que conta uma história bem real nos dias em que vivemos, a vida de plástico e a vida irreal, em que nada, nem sentimentos são farsas, tal como “Her Green plastic watering can; For her fake chinese rubber plant; In fake plastic earth”. Depois de várias faixas que continuam o bom registo do álbum, como Bones e Just, chega Black Star, talvez a minha música preferida deste cd mas que só me chega em 10º lugar, mas que ainda me deixa pasmado com aquele inicio, até ao fim, com uma sonoridade sempre excelente, que se entranha completamente e que faz ouvir com atenção o conto de Thom York com prazer sem que tenha a tentação de passar para a música seguinte para continuar a redescobrir o cd, mas que me prende numa espécie de nostalgia que devia durar para sempre. Com isto só faltam duas músicas, mas volto a encontrar em Street Spirit (Fade Out) um som que se deve ouvir, pelo menos para fechar em beleza o tempo que passei a redescobrir este belo registo.

The Bends –Radiohead - 1995

Sinal dos Tempos

Vendo Sky News a respeito dos 1000 toppers, reparo na pequena noticia, mas de grande importância que passa em rodapé: no Reino Unido o actual nº 1 nos "charts" é o que menos vendeu em 30 anos".
Curioso, ou talvez não.

Monday, September 12, 2005

Domingo, 14 de Agosto, Lisboa (Estádio Alvalade XXI) - O Concerto do Ano (parte 3/3)

Os U2 voltam com pop electrónico. Primeiro "Zoo station" e depois "The fly" com uma apresentação absolutamente brilhante (esta música diz me muito, e é outra com uma letra que podia ser um poema). A seguir veio "With or without you", talvez a música mais esperada por muitos. Do inicio em que se ouvia melhor o público que bono até à explosão no refrão que foi repetido, absolutamente perfeito (música escrita e composta como dedicação à mãe de Bono que morreu quando este tinha 14 anos). Seguiram-se "All because of you" e "Yaweh". E o final completamente inesperado, "40". E acrescente-se, final perfeito para os fãs. Via-se muita gente confusa por não esperar a música, e via-se muitos outros como eu completamente absorvidos. "40" é a musica de fecho de "under a blood red sky" e mais uma vez parecia que estávamos nesse concerto de 83. Sá Amesterdao e Dublin tiveram a mesma honra que nós com este fecho magnífico. Os elementos saíram um a um até ficar apenas Larry Mullen Jr. na bateria. Como as pessoas não paravam de cantar o refrão de “40” este improvisa um pequeno solo para calar o público e sai. Assim acabou o concerto da vida de 52 000 pessoas.

Domingo, 14 de Agosto, Lisboa (Estádio Alvalade XXI) - O Concerto do Ano (parte 2/3)

Depois da primeira parte, mais “a abrir” com "as velhinhas" dos U2 ouve um segundo momento que foi para a apresentação do novo album. Em que foram tocadas músicas como "Miracle drug", "Sometimes you can´t make it on your own" e "Love and peace". Quem não e fã podia pensar "bem, é a parte seca do conserto..". Obviamente que quem conhece os U2 sabe que não há "partes seca" nos concertos da melhor banda do mundo. Os U2 tem 25 anos de estrada, sabem como manter o nível sempre altíssimo. Portanto intrecalado com as musicas do ultimo album, foram tocadas "as melhores" (pelo menos assim são consideradas) músicas dos U2. Estou a falar de "Still haven´t found what i'm looking for", "Where the streets have no name" "Bullet the blue sky" e "Pride (in the name of love)". "Joshua Tree" (aquele que á considerado o melhor album dos U2, e melhor album rock de sempre por muita gente) esteve em peso no concerto de Lisboa. Mais uma vez fomos transportados, desta vez ate 1989. Quando os U2 lançaram "o album", aquele que os tornaria na lenda que são. E começa "Pride (in the name of love)". Uma música poderosíssima que fala sobre orgulho. Pegando na temática colou-se no fim da música a voz de uma criança a citar os direitos humanos em inglês enquanto estes passavam escritos em português nos ecrãs gigantes. Quem já viu concertos dos U2 sabe que "Where the streets have no name" é aquela música que provoca um clima de bem estar puro, de festa, alegria. Isto para alem de toda a sua força ao vivo. Alias a música tem um tal impacto ao vivo que é diversas vezes tocada por outros artistas nos seus concertos, nomeadamente como entrada. Caso da Cher numa das suas ultimas tours mundiais. Mal se conheça a ouvir o orgão de abertura as pessoas entravam em transe, e no final daquela guitarra em crenscendo as palavras eram gritadas pelo publico em êxtase até chegar ao refrâo "where the streets have no name...where the streets have no name". Após uma demonstração de o que é o espirito U2 nesta música, ouvem se os primeiros acordes de "One". "One" foi considerada pela revista "Q" em 2003 se não estou em erro, a melhor musica de sempre. Não subscrevo pois e demasiado arriscado...mas o simples facto de poder considerar esta música para tal estatuto é porque há algo que ela tem que as outras não têm. Não consigo descrever bem, mas imaginem o que é ficar 5 mins seguidos arrepiado até a ponta dos cabelos a ouvir um estádio iluminado apenas e só por isqueiros e telemóveis cantar toda a letra de uma música sem refrão chamada "One". Os U2 saíem.

Domingo, 14 de Agosto, Lisboa (Estádio Alvalade XXI) - O Concerto do Ano (parte 1/3)

Às 10 em ponto, Larry Mullen Jr., Adam Clayton, The Edge e Bono Vox entram em palco. "Uno, dos, tres, cartorce" ouve-se em uníssono e chega a "Vertigo". Quando se vê os U2 a subir ao palco sente-se um misto de euforia e incredibilidade, algo do género "não e possível...eles existem mesmo, e estão aqui a minha frente". Na verdade, não temos tempo para pensar mais nada pois a banda trata de tomar as redias do publico que sem resistência alguma se deixa levar. A abertura foi com a "Vertigo", 1º single do último album, e música diversas vezes cantada por grupos de fãs antes do concerto começar. Tal como o resto do cd, "Vertigo" é uma música que remete para a faceta mais rockeira dos U2. Não foi portanto surpresa ver várias músicas de "Under a blood red sky" coladas a esta entrada. O ambiente remontava aos primórdios dos U2, parecia que em vez de termos 4 quarentões, tinhamos 4 putos de 20 e poucos anos a cantar o concerto de "Under a blood red sky" com "I will follow", "Electric co" e "New years day". Eu pessoalmente senti-me transportado, e na minha cabeça não estávamos em 2005 mas sim em 1983. Quando se começa a ouvir a bateria de "Sunday bloody sunday" o público fica a perceber porque é que esta música é o "hino" da banda irlandesa. A música, que eles tocam em absolutamente todos os concertos desde que foi lançada (isto devido também à sua componente histórica). Eu nesta altura já estava a perder a voz, mas mesmo assim esforcei me para acompanhar o público a entoar o coro que supostamente Bono devia estar a cantar e não o deixavam. The Edge entra com a guitarra...e eu arrepiei-me até a espinha. Bono suava como se tivesse corrido a maratona. "i can´t believe the news today, i can´t close my eyes...and make it go away!" assim começa bono a cantar com uma segunda voz de 52 000 pessoas. As pessoas cantavam, berravam, marchavam, saltavam. A bandeira irlandesa no centro da plateia estava solta ao sabor do vento. Não havia ninguém que não se sentisse um pouco irlandês durante esta música. Se fosse obrigado, escolhia este momento como o melhor do concerto...mas como estamos a falar dos U2...prefiro não me precipitar. Intrecalado com as primeiras músicas foram tocadas também a "Elevation" (e quem não gosta desta música precisa de a ver ao vivo) e "Beatifull day".

U2 - When love comes to Lisbon

Antes de mais quero esclarecer que estes posts ao contrario dos outros não vão sofrer tanto com as minhas tentativas de isenção pois sou fã incondicional dos U2, e escrever sobre este concerto sem mostrar um pingo de emoção não é (pelo menos para mim) possível. Também é possível que escreva de modo que as vezes só quem e mesmo fã dos U2 perceba. Mas justifico isso com a importância que este evento teve especialmente para os fãs, por isso quero falar para eles em particular e para os interessados em boa musica no geral, obrigado

Oito anos, foi o tempo que os fãs da banda irlandesa tiveram de esperar para ver os quatro músicos (condecorados pelo presidente da republica com a ordem do infante) encher o estádio Alvalade XXI para uma noite que seria inesquecível. Os U2 já tinham vindo tocar a Portugal duas vezes. Uma nos primórdios da banda (1982, penso eu), outra em 1997 na “zoo tv tour”. Grande foi a discussão em torno dos bilhetes para este concerto, sendo o mais rapidamente esgotado de sempre em Portugal. (Para que conste, eu fui um dos 52 000 previligiados.)
No dia 14 de Agosto de 2005, foi quebrado o jejum. Oportunidade para os mais velhos reverem, e para os fãs mais jovens verem finalmente a melhor banda do mundo tocar ao vivo. A minha frente encontrava-se um homem com uma t-shirt com o bilhete do concerto estampado e uma frase por cima que dizia "Eu consegui!!!". Ninguém parecia acreditar a sorte que tinha em estar ali, a poucas horas do ultimo concerto da tour europeia dos U2 na apresentação do album "how to desmantle an athomic bomb". Eram vários os casais com t-shirts com um "U" e o respectivo par com um "2". Via-se uma bandeira irlandesa pendurada no segundo balcão com a frase "U2- when love comes to town" (quem é fã dos U2 certamente esta familiarizado com a frase) e via-se uma outra desfraldada ao vento mesmo no centro da plateia. As expectativas eram grandes, e com os U2 podemos dar-nos a esse luxo.
Não me vou estender na descrição do ambiente pois os U2 tem a capacidade de criar um ambiente único, absolutamente incomparável e inevitavelmente ligado a banda. Por isso, para aqueles que ficaram doentes (como eu ficaria) por não ter arranjado bilhete, tiveram todas as razões para isso.
Passando às actuações. Os britânicos "Kaiser chiefs" tiveram a honra de abrir os U2 depois da inesperada inflamação na garganta do vocalista dos "Keane" que pediram desculpa por não poderem comparecer. Estes jovens "Kaiser chiefs" tinham definitivamente um bom som, embora só realmente apreciado por quem os conheça pois tinham influências claras dos "Blur", pediam uma melhor digestão das suas musicas. Estes jovens tocaram uma hora e quinze minutos. No intervalo ouviu-se uma verdadeira chuva de boa musica escolhida pelos próprios U2 como li num jornal (Público salvo erro). Radiohead, Beck, David Bowie foram apenas algumas das bandas que se ouviram nesta pausa de 30 minutos.

regresso de férias

Ora cá estou eu como tinha dito, em setembro. É verdade as férias estão mesmo a acabar e uma vez em Lisboa posso publicar mais uns posts. Peço desculpa por não ter publicado nada ultimamente, mas de facto apesar de ter escrito não consegui qualquer acesso à net para os mandar.
De qualquer modo passo desde já ao post prometido dos U2, mais concretamente do concerto que estes deram a 14 de Agosto. Vou dividir isto em vários posts pois não consegui fazer mais pequeno, assim é-vos facilitada a leitura e não dá aquele aspecto tão pesado. Eu sei que vem muito atrasado mas foi o possível. Obrigado.