Portugal Musical...
Este é um post que ando a fermentar na minha cabeça há já algum tempo, talvez por ser um assunto tanto ou quanto delicado para os artistas nacionais como pelo vazio que sinto quando falo de música feita em Portugal (porque música em Português é mais discutível).Faz por esta altura alguns meses que houve grande polémica entre os artistas nacionais que defendiam aquilo que defendiam ser a verdadeira música nacional e a entidade lusitana, por outras palavras, defendiam com unhas e dentes a música cantada na nossa língua materna com toda a sua musicalidade e poesia. Devo dizer que figuras de proa deste movimento eram grandes figuras da chamada música ligeira portuguesa, que é como quem diz pimbalhada: Toy, Emanuel ou Ágata. Poucos eram os programas de televisão e até um telejornal que cheguei a ver, em que estas pessoas defendiam a música cantada em português para os portugueses. Certo é que pouco tempo depois deste episódio as rádios passaram a rodar mais música feita em Portugal, como é caso de David Fonseca, Xutos e Pontapés, Pedro Abrunhosa, Mesa, Blasted Mechanism, GNR, Clã, Humanos, etc. Certo nisto tudo é que os artistas que foram figuras de proa continuaram a não fazer parte das playlists das mais populares rádios nacionais, no entanto, continuaram no lugar de destaque das rádios com um público mais específico, aquelas com mais adeptos entre os pensionistas aquelas que reúnem mais ouvintes junto dos pensionistas.Se o objectivo desta pequena revolução foi a tentativa de captar um novo público mais jovem, creio que falhou redondamente.
Este protesto e contestação em que se defende que a música nacional deve ser cantada em português penso que seja algo estúpida, porque, seguindo o exemplo sueco, boas bandas suecas conseguiram o sucesso mundial por cantarem em Inglês, o caso dos alemães Scorpions que tanto venderam por esse mundo fora, mas ao que me parece estes artistas contentam-se em trotar pelo país durante o verão a cantar as suas músicas com aquele ritmo eternamente semelhante e cansativo que oiço desde que nasci, sem mudar uma única nota e sendo um insulto á criatividade. Claro que há exemplos de músicas de língua portuguesa que têm imenso sucesso pelo mundo fora, com é o caso de inúmeras musicas de mestres brasileiros, de Amália, Mariza, Carlos Paredes, etc, mas há casos que já começam a ter sucesso lá fora sem ter que ser cantado em português, como é exemplo David Fonseca e Gomo, que incrivelmente cantam em inglês e conseguem expandir-se para além da quinta dos portugueses.
Mas um facto inseparável da quase inexistência de bandas obrigatórias a nível nacional e de um nível de vendas exasperantemente baixo, também se deve o mau gosto crónico dos portugueses, que preferem ouvir uma música plagiada dos D’zrt que tem uma letra que filosoficamente parecida a uma punheta. Factos são factos. São pouquíssimas as bandas ou cantores que conseguem de alguma maneira dominar o topo português, que ou é dominado pelo Daddy Yankee e a sua Gasolina, ou pelo Crazy Frog, ou até por aquelas coisas que grunhem para o microfone e lideram o top á um tempo absurdo (sim, os D’zrt), é que já nem a boa música internacional entra no top!
Como aparte devo dizer que esta semana o líder do box Office nacional dói “A Casa de Cera”. É preciso dizer mais alguma coisa?!
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