Por favor, não me acusem de ser repetitivo. Esta é a última vez prometo. Toda e qualquer coisa pode ter um efeito em nós, quer seja uma cena dum filme, uma expressão, uma frase feita, até um cliché, mas têm um impacto em nós que é brutal. E com a música não é diferente. Há aquelas músicas que nos tocam lá no fundo, que cicatrizam o coração, tocam a alma e que deixamos gravadas no nosso cérebro até à eternidade da nossa vida. São elas que formam a banda sonora da nossa vida, que tentei exemplicar no meu primeiro post neste blog, o que é a banda sonora da nossa vida? Sinceramente não sei, é demasiado complexo e dificil para mim escolher 16 faixas para colocar num cd, ou para guardar na memória classificando-as como as melhores músicas da minha passagem pela terra. Mas, pode haver uma maneira muito simples de as escolher, de as ir escolhendo, e em vez de formar um cd, formar uma colectânea alargada, de 4 ou 6 cd's: "The Songs of My Life". Afinal, o que é uma música que marca, uma canção que nos altera, arrepia, faz chorar, sorrir, recordar... Não tenho resposta para isto, talvez seja a música que nos escolha, caindo num cliché barato, mas pode ser a mais pura realidade, porque ás vezes "aquela" música encontra-se por acidente, quase por acaso. Quase uma obra divina, das divindades adormecidas do meio musical, uma lança no mercado que nos atinge especialmente a nós, e quenós ficamos feridos para sempre, sangrando emoção e sentido ao ouvir, no momento, passados 10 minutos, ininterruptamente, daqui a 10 anos, quando a pusermos a tocar para os nossos filhos; vai ter sempre aquele sentido, aquela magia. Talvez seja das palavras cantadas ao som ritmico de uma viola, de uma banda, de uma orquestra, talvez seja dos próprios intrumentos, talvez por nenhuma delas mas pelo conjunto, talvez, por existir e fazer sentido. É uma música para a eternidade, o sal e a pimenta de algum momento, e puxando à baila um dos melhores letristas de sempre, a meu ver claro, o já falecido Jeff Buckley
"She's the tear that hangs inside my soul forever".
Mas o mundo anda todo de pernas para o ar? Eu já ouvi de tudo sobre o último trabalho da Christina Aguilera: "Fabuloso", "Inovador", "Ao nível das grandes". Peço imensa desculpa mas continuo a dizer que pronto, o Quim Barreiros já fez mais pela música que a "Xtina" (ela gosta que a chamem assim, vamos respeitar uma vontade com tão bom gosto). Já ninguém se lembra da adolescentezinha que dançava e cantava músicas melosas iguais às da Britney Spears? A grande rival da Xtina é a Britney! Pode-se arranjar melhor/pior rival? Agora fugindo ao enxuvalhanço (merecido) e centrando-nos mais no que ela fez agora em "Back To Basics". A ideia do album é óbvia..alusão aos tempos das grandes vozes do soul..bla bla bla. Eu considero-me uma pessoa com espírito aberto a tudo, mas Christina Aguilera é pedir demais. Vou falar do single, que foi o que ouvi. Ora bem...digam-me cá...era normal nos tempos aureos do soul usar baterias electrónicas? Não. Então porque é que a bateria que se ouve no single "Ain't No Other Man" é electrónica? Ficou tudo maluco com este single mas para além dos trompetes aquilo de soul tem tanto como os Pink Floyd têm de pimba. Oiçam bem a bridge a seguir ao segundo refrão e digam-me o que é que aquilo tem de soul. Coreografias também tem?..pois também não se fazia não é.. Uma mensagem para acabar. Esta menina gostava de ser (diz ela) como as grandes divas. Ó filha então pára de te venderes e faz carreira no jazz ou faz soul a sério porque isso de ter uma grande voz e só cantar lixo é como ter um forte pontapé e não acertar na bola..mais vale tar quieto.
Foram uma das bandas sensação deste verão com um do singles mais rodados desta temporada veraniana que passou. Orson é o nome desta banda da California composta por 5 elementos. Porque falo eu deles?..Porque também me chamaram a atenção com o seu single "No Tomorrow". E por gostar tanto resolvi ouvir o album todo deste conjunto bem recente. Diria que a única coisa que realmente há de interessante no album é o single muito catchi que não chega a 3 minutos. De resto, o album é todo na mesma coisa mas sem ter mais nenhuma música que nos prenda para além desta. Com um som muito simples (demasiado simples) e com alguma ajuda de sintetizadores, fizeram um album em que a voz desempenha o papel principal. O vocalista tem (para além do chapelinho), uma excelente voz para este estilo rock dançante, só é pena não ter um conjunto à altura. O desequilibrio é notório e às vezes parece que o rapaz está ali a cantar sozinho. Posso apontar também à cabeça, linhas de baixo e guitarra medíocres, e uma bateria monótona. Em suma, não vale a pena estender-me sobre o assunto. Os Orson fizeram, um album com um single muito giro, mas que a meio da sua audição já nos põe a pensar quando é que acaba.
Já faz alguns dias que aqui deixei uma posta a falar sobre a música certa, no momento certo, e o impacto delicioso e absorvente que isso tem. Correndo o risco de me repetir, cá vai disto. Quarta-Feira, cansaço de ter passado as últimas 6 horas da minha vida em inscrições, grande parte delas em pé, chegar a casa e acidentalmente ouvir "aquela" música é estrondoso, quer pelo impacto, quer por tudo, e não me adianto mais. Aqui está este inútil manifesto que deixo neste blog, mas se quiserem saber qual é a tal música, ela é The Cloud Room - Hey Now Now... Experimente, vai ver que não custa.
3 canais de música, em dois está a passar o mesmo vídeo... Se não houvesse muito por onde escolher até se percebia
Já agora, é um vídeo da Rihanna: tirem conclusões.
P.S.: Isto quando a Universal diz que o YouTube e o MySpace são más influências para a indústria. O que não deixa de ser verdade, no final de contas podemos escolher o quqe queremos ouvir e não emprenhamos pelos ouvidos.
O título do post tem dois sentidos. Primeiro é para dizer que ainda estou vivo, já que me ausentei para férias durante algum tempo. Segundo, é uma alusão ao concerto dos Pearl Jam obviamente. Pouco há a acrescentar ao que o meu colega disse sobre o evento. Foi daqueles que não se esquece. O ritmo foi sempre elevado e a malta já suava em bica, todos viveram aquilo intensamente. Os temas principais foram todos tocados à excepção de "Jeremy". Foi uma noite de constantes surpresas pois tendo visto o alinhamento para o dia 4 previa-se que o concerto de dia 5 fosse mais fraco..qual quê! Esteve ao nivel se é que não foi mesmo melhor. Não vou pormenorizar porque o João já o fez. Só gostava de frizar o meu contentamento com o facto de terem tocado "I Got Id" que tocam poucas vezes ao vivo e que adoro, e com a entrega da banda em palco cujo ponto máximo terá sido atingido com "Alive". O resto já foi anteriormente dito. Apenas uma nota final para louvar o público que até um cavaquinho ofereceu ao senhor Vedder.
Facto. Chritina Aguilera é uma das melhores vozes femininas no mercado. Facto. Há grandes vozes musicais escondidas do grande público. Vamos pensar. Associamos, eu pelo menos associo, nomes femininos a estilos mais comerciais, nomes como Dido, Alanis Morissette, entre outros, mas ultimamente, tropecei em dois nomes brutais: Aimee Mann, Regina Spektor.
Aimee Mann
Paul Thomas Anderson teve a ideia de escrever o argumento para Magnolia a ouvir Aimee Mann. Será justo dizer qua a música desta senhora inspira o argumento de um filme tão bom? É claro que sim! As musicas de Aimee são algo que a nossa audição devora, os sons das palavras são deliciosos, os jogos de palavras notáveis, e a música é tão simples... Um primor. Admito que ainda hoje sorrio a ouvir "One", em que as palavras dançam e fazem um sentido absolutamente sublime, mágico até. É impossível não ouvir esta música e pensar em Frank T. J. Mackey, Donnie Smith, Jimmy Gator e todos aqueles que protagonizam o filme, e que parecem saidos desta ode à solidão matemática. Ainda há "Driving Sideways", "Save Me" e "Wise Up" nesta banda sonora fantástica, isto sem contar com outros álbuns que são igualmente fantásticos e que recomendo a todos a sua descoberta e consequente maravilhamento.
Regina Spektor
A nova revelação da voz feminina. E que voz! É um grande valor esta americana de ascendência russa que consegue elevar o agudo a um patamar que pra mim é qualquer coisa de fantástico. Além de todo este poderio vocal, Regina também tem enorme qualidade no seu dominio do teclado, num piano que acompanha harmoniosamente a sua voz, além de escrever uma música (foi a primeira que ouvi) que canta abertamente sobre cancro, sem metáforas de doenças prelongadas. Uma letra pura e dura, plena de sentimento.
Há bandas que transcedem o tempo, o género em que são encaixotadas. 6 anos depois do concerto que protagonizaram no Restelo, os Pearl Jam voltaram a Portugal para dois fenómenos no Pavilhão Atlântico, e não há palavras para descrever o que se viveu nas duas datas reservadas para Lisboa. Talvez a parte menor de todo o concerto tenham sido os My Morning Jacket, uma banda que a grande maioria do público não conhece, e que a mim pelo menos, não me convenceram especialmente, só Off the Record me entusiasmou um pouco, mas cumpriram, e aqueceram um pavilhão à espera e em poupança de esforço para as quase 3 horas que se seguiriam, intensas claro, lideradas pela banda de Seattle. Aquela entrada com Severed Hand foi qualquer coisa de brutal, a plateia ao rubro enquanto a banda subia ao palco, tomava o seu lugar e "Big man stands behind an open door". Estava dado o mote. À quinta música, o pavilhão rebenta com World Wide Suicide, explosão que se repetiu com Even Flow, State of Love and Trust, Do the Evolution, Daughter, Black e Rearviewmirror. Tudo isto no set do concerto, em que ainda tocaram músicas que mantiveram o registo de "mandar a casa abaixo" como Dissident, Army Reserve, Garden e Insignificance. O primeiro encore começa com um improviso que elevou o espirito a toda a gente, com os tradicionais gritos de Portugal, e com Vedder a dedicar Come Back ao falecido Johny Ramone, música que muita gente cantou em uníssono tal como Big Wave e Once, ultimamente a brilhante Alive (na qual o vosso humilde escriba perdeu a voz). Onze e tal da noite, um pavilhão já algo cansado mas ninguém se atrevia a sair porta fora, tudo à espera de um segundo encore, encabeçado por Wasted Reprise, só com Vedder no palco, seguida por uma brilhante Better Man que toda e qualquer alma cantou aos altos berros, acabando um concerto memorável já com as luzes ligadas invocando Neil Young com Keep On Rockin' in the Free World, e para acabar com Yellow Ledbetter. Um concerto memorável que me falta escrever muita coisa sobre ele, as memórias são tantas de um concerto que classifico como brutal, dificil de repetir. Que voltem depressinha ao rectângulo para se poder ter momentos destes novamente.
P.S.: E o McGready a tocar guitarra por trás das costas!!! Fantástico
Art is manipulation, Manipulation is art, You are not immune, Vote for Frank Zappa.............................. - Because the music that they constantly play It says nothing to me about my life -