Friday, October 21, 2005

Madchester

Manchester, década de 80, a música mundial vivia um período de estagnação depois da morte do Disco, quem deitava os dados eram as bandas de hair-metal. É em Manchester que começa um movimento que virá a mudar grande parte da música vinda daquela zona tal como hoje as conhecemos. Foi nesta altura que ocorreu a mistura bem volátil entre guitar rock e acid house, dando vida a um estilo que ainda hoje está bem patente em muitas bandas vindas do reino de sua majestade a Rainha: Madchester.
É a rainha que serve de tema a The Queen is Dead, obra mestra dos The Smiths, banda que talvez melhor representou todo este movimento, cujas letras com conteúdos políticos se fizeram notar por toda a parte e que ainda hoje continua de espírito bem vivo com a carreira a solo do vocalista, Morrissey. Foram estes Smiths o único erro de Tony Wilson, o mítico apresentador da BBC que elevou um acontecimento quase local a um nível nacional e que lançou bandas como Joy Division e que era um dos donos da discoteca da moda na altura (que quem já viu 24 hour party people bem recorda): a Hacienda, sítio onde se criaram mitos e muita droga foi consumida, pelo bem da música claro.
Fico-me por aqui naquilo que pretendo que seja um post mais geral sobre Madchester, mais tarde irei postar sobre bandas, como Smiths e New Order, cd’s obrigatórios e músicas a não perder sobre pena de morte. Daqui a uma semana talvez já aqui esteja alguma coisa sobre Smiths, mas como tudo na vida, logo se verá.


And tonight something equally epoch-making is taking place. See? They're applauding the DJ. Not the music, not the musician, not the creator, but the medium. This is it. The birth of rave culture. The beatification of the beat. The dance age. This is the moment when even the white man starts dancing. Welcome to Manchester.

Frase dita por "Tony Wilson" em 24 Hour Party People

Um bem haja para todos os afincados leitores.

Steve Vai...vem cá

Para quem não sabe, o senhor Steve Vai fez toda a sua carreira como guitarrista. Vai é um verdadeiro mago da guitarra ensinado pelos melhores. Frank Zappa, por quem nutre uma admiração extrema, foi seu mentor. E com uma música deste ganhou um grammy em 1994. Os seus anos de glória foram na década de 80 em que tocou com diversas bandas de topo. Agora, com a sua banda, e um registo próprio, Steve vem a Portugal ensinar o que lhe foi ensinado.
Em entrevista ao "Destak", Vai diz que não espera nada dos fãs portugueses pois estes é que têm de esperar algo dele. Diz também que vai tentar proporcionar algo de inesquecível ao público presente.

Concertos:
03/11 -Porto- Casa da Música (21h)
04/11 -Lisboa- Aula Magna (21h)

Infelizmente não consegui os preços dos bilhetes nem os pontos de venda, mas espera-se que sejam os habituais.

Arcade Fire - Funeral

Funeral é o disco de estreia desta banda canadiana, que ao contrário do que diz o nome do seu álbum de estreia, não será enterrada tão cedo. Aclamado pela crítica mundial, este é sem qualquer sombra de dúvida um dos melhores cd’s de 2005.
Com um estilo realmente diferente do que é habitual ouvir, os Arcade Fire são uma lufada de ar fresco no panorama musical mundial. É algo completamente diferente, comparo a minha primeira audição de Funeral com a “primeira vez” em que ouvi algumas das músicas que ainda hoje não me largam, como The Bends dos Radiohead ou Last Goodbye de Jeff Buckley. Destaco uma mão cheia de músicas que sobressaem no cd: uma grande abertura ao som de Neighbourhood 1# (Tunnels), que penso ser a melhor abertura possível dentro das músicas que compõem o álbum; Une Anée sans Lumiére, faixa número 3 que me atrai pela simplicidade e tom calmo, que gradualmente vai endurecendo para dar seguimento no alinhamento á música que considero ser a grande malha de todo o cd: Neighbourhood 3# (Power Out). Música fantástica quer ao nível sonoro quer ao nível da letra. Uma música que rompe com o inicio do cd e começa um novo estilo com uma cadência mais rápida e dançante, mas ao mesmo tempo mais atraente para quem ouve, grande parte dinamizada pela letra que é no mínimo esquisita. Novo momentum entre as faixas 7 e 9, onde se começa com o novo single deste cd, Wake Up, passando por aquela que é a música mais estranha em todo o cd, corta totalmente com o que lhe sucede este Haiti, mas é um momento delicioso ouvir esta música que mistura o Francês com o Inglês de forma quase imperceptível e que é mais uma novidade (eu que há tempos aqui falei de conflitos linguísticos cá por Portugal, fica a ideia), e que tem um dos momentos mais brilhantes de todo o cd, a passagem para Rebellion (Lies) que se faz de uma forma quase imperceptível entre músicas com influências completamente diferentes. Uma boa compra.

Já está previsto novo álbum dos Arcade Fire para meados de 2006, mas é melhor não elevar muito as expectativas, porque depois deste primeiro trabalho pode vir a acontecer que estes rapazes e raparigas sejam mais uma promessa não concretizada.

Saturday, October 15, 2005

The Masterpiece

Quando iniciei este blog fiz questão de explicar o que iria fazer nele. Se bem se lembram andava à volta de dizer o que me apetece-se sobre música e assim. Pegando nesta ideia, aproveito para a usar como justificação para o que vou escrever imediatamente seguir.
Para mim, falar sobre música, envolve obrigatóriamente a percepção de uma série de conceitos bem como sua assimilação/compreenção. Desta feita, vou falar sobre o conceito "Masterpiece" (obra prima). Mais especificamente o que é, e o peso que, a meu ver, este conceito tem na música.
Ao longo de toda a história da música existiram bandas ou cantores que fizeram as suas carreiras com bons albuns, bons temas, boa música. Mas muitos deles não conseguiram criar uma obra (refiro-me a obra como album) que ficasse na memória de todos. Uma masterpiece é um album perfeito, ou no limiar da perfeição. É uma inspiração para futuras bandas. Uma masterpiece é sempre referenciada quando se tenta listar os melhores albuns já feitos. Uma masterpiece é um "ok computer", um "revolver" ou um "dark side of the moon".
Uma banda ou cantor não ter uma obra prima não significa que seja inferior a outros que tenham. A genialidade de alguns pode sair toda numa só obra quando a de outros é distribuida um pouco por toda a discografia. Não sou ninguém que possa esclarecer sobre se é melhor uma situação ou outra. Isto pode até ser uma questão pouco importante (acredito que seja) mas não deixa de ser uma reflexão que gosto de fazer como tantas outras.
Bem, depois de vos apresentar um pouco do meu mundo musical e pensamentos relacionados com ele, termino apenas com uma breve nota. Qualquer masterpiece deve ser ouvida, seja ela de que altura for, ela torna-se intemporal pela sua diferença em relação a tudo o resto. Uma masterpiece é um trabalho musical único.

Monday, October 03, 2005

"Deus criou tudo"...Bob criou o Reggae

É uma lenda, era um génio, será sempre o pai do reggae. Bob Marley (Robert Nesta Marley) nasceu na Jamaica em 1945. Nasceu com uma necessidade absoluta de fazer música e aos 14 anos saiu de casa para seguir o seu sonho.
Em 1962 fez o seu primeiro single. Sem sucesso e já em 1963, juntou-se a amigos seus e formaram a banda que viria a ser conhecida em todo o mundo como "the Wailers". No entanto, pouco depois da sua formação a banda de Bob Marley sofreu duas perdas e Bob assumiu-se como principal vocalista, algo que mudaria por completo o destino do grupo. Em 1964 o trabalho intitulado "Simmer Down" chega ao topo das tabelas na Jamaica. Foi um sucesso, sendo que atendendo ao país onde viviam, não fizeram qualquer espécie de fortuna. Até 1966 os "the Wailers" gravaram mais de 70 temas, ano em que se separaram. Bob entretanto casa-se e deixa a Jamaica por uns tempos.
Uma vez regressado à Jamaica, Bob reune a banda, tendo apenas dois dos antigos colegas de Marley atendido à sua chamada. Pouco tempo depois já havia novo album dos "the Wailers" que por sua vez se chamava "Bend Down Low". Foi nesta altura que Bob começou a evolver-se no espírito e na cultura "Rasta". Algo que passaria a estar sempre presente nas suas músicas.
Esta formação criou mais e mais temas passando de produtor em produtor até que encontraram um produtor chamado Lee Perry com quem fizeram uma série de clássicos como "My Cup", "Duppy Conqueror", "Soul Almighty", e "Small Axe". O seu som depertou muitas atenções e depressa a banda arranjou um baixista e um baterista a tempo inteiro. Em 1971 os "the Wailers" assinaram um contrato com a Island Records, contrato esse que projectaria para o resto do mundo o génio de Bob Marley.
Em 1973 saiu o primeiro album da banda na sua nova editora discográfica, e foi desde logo aclamado no mundo inteiro. Devido ao sucesso imediato, surgiram vontades no núcleo da banda de seguir carreiras a solo. Marley resolveu de imediato o problema trazendo para a banda a sua mulher e duas amigas desta. Com uma nova formação, voltaram ao estudio para gravar o segundo album na Island Records que seria lançado em 1975. Com o tema "No Woman, No Cry" chegaram ao top 40 do Reino Unido e esgotaram varios concertos. Em 1976 sai "Rastaman Vibration" que chega ao top 10 americano, tornou-se claro que a música de Bob Marley & the Wailers tinha vindo para ficar.
Sendo Bob Marley um ícone internacional, dentro da Jamaica, este passou a ser visto quase como um profeta. Na verdade o seu poder era tal entre o povo que foi ferido num tentativa de assassinato por parte de lideres corruptos. Como consequência Marley deixou a Jamaica durante mais de um ano. Em 1977 sai "Exodus", maior album até a data com "Jamming", "Waiting in Vain" e "One Love/People Get Ready". O album "Kaya" foi lançado no ano seguinte com temas como "Is This Love" e "Satisfy My Soul". Sai "Babylon by Bus" (album ao vivo) pouco antes de sair em 1979 "Survival". O melhor ano de Bob Marley foi 1980 com o lançamento de "Uprising" e o anúncio duma tour nos Estados Unidos.
Bob desmaiou a fazer jogging em pleno central park de Nova Yorke. Descobriu que tinha cancro, e que este se tinha espalhado um pouco por todo o corpo. "Uprising" foi o último album da sua vida.
Bob Marley morreu a 11 de Maio de 1981, com 36 anos. A sua vida e obra ficaram para sempre. Multiplos albuns foram lançados posteriormente, que recolocaram Marley nos tops mundiais já depois de morto. A sua música mudou o curso da sua vida, da sua banda, do seu país e de todo o mundo musical. Bob Marley foi um visioário, Bob Marley é uma lenda.

Saturday, October 01, 2005

1 de Outubro

Para quem não sabe hoje é o dia mundial da música, isto é uma pequena nota apenas para lembrar uma data que todos nós amantes da boa música devemos saber.

P.S. Para muito breve um post sobre Bob Marley